Este texto é de um amigo e garanto que tem muito a acrescentar
Adolfo Plínio Pereira é professor universitário de graduação e pós-graduação, palestrante e instrutor de cursos. Mestrando em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida e especializado em Gestão de Pessoas e Liderança. professoradolfo@terra.com.br / adolfoplinio@terra.com.br
Com a evolução econômica do Brasil, muitas
organizações passaram a ofertar oportunidades para colaboradores assumirem
cargos de liderança. Contudo, nem sempre estes novos talentos compreendem o
grau de importância de sua atuação no contexto organizacional. Neste sentido,
este breve artigo procura abordar os três critérios para se eleger um líder,
cujas questões devem merecer especial atenção não somente do novo líder, mas,
de qualquer profissional que esteja à frente de equipes de colaboradores ou
tenha sob sua responsabilidade importantes processos de trabalho.
Figura:
CQC da Liderança
Comportamentos
positivos: Bergamini (1982, p. 31), explica que “de forma
bastante ampla, pode-se dizer que dado comportamento humano pode aparecer
quando menos se espera. É, portanto, muito grande o número de condutas
inesperadas por parte daqueles que estão sendo observados”. Pode-se perguntar:
quem não está sendo observado? Uns são observados para verificar se estão
realizando o que foi combinado, outros, para confirmar se realmente não estão
fazendo o que se esperava e, uns poucos, observados para confirmar suas
potencialidades para assumirem cargos de liderança. O profissional com
potencial é visto como alguém que apresenta comportamentos em sintonia com os
melhores padrões da organização. Os bons comportamentos que mais se observam
são: cumprimento da jornada de trabalho, disponibilidade para exceder horários quando
necessário, disponibilidade para contribuir em projetos executados dentro e
fora da organização nem sempre em horários comuns de trabalho, colaboração com
demais membros de sua equipe e até de outros setores, cuidado com que trata equipamentos,
mercadorias ou valores que lhes são confiados, reconhecimento espontâneo de sua
competência por clientes, fornecedores e colegas de trabalho. Além de questões
delicadas como o não envolvimento em escândalos ou ocorrências negativas que variam
desde o excesso de consumo de bebidas alcoólicas numa confraternização da empresa
até o não envolvimento público em crimes de corrupção e outras situações que
possam ferir a imagem do colaborador ou mesmo da organização. Enfim, quando se
trata do potencial líder, a direção sabe que o que foi combinado será feito do
jeito, no tempo e com a qualidade que se espera. Discussões sem sentido com
colegas e superiores, agressividade nas palavras, falta de argumentos lógicos
para solicitar melhorias, não cumprimento de acordos e regras, são mais comuns
entre os que jamais deverão (ou deveriam) ocupar cargos de líderes das equipes.
Portanto, se o colaborador foi promovido, ou está prestes a ser promovido, é
porque passou por este filtro, o do bom comportamento, bastando cuidar de seus
atos para continuar merecendo a confiança de seus superiores.
Qualificação
Profissional: A educação formal para a grande maioria dos cargos
é primordial. Infelizmente, muitos líderes foram nomeados no passado com base
na confiança em sua pessoa (por terem bons comportamentos) e por conhecerem o trabalho
que realizavam. Em algum momento estes requisitos eram suficientes para se
eleger um novo líder, mas, com as mudanças de processos e o surgimento de novas
tecnologias, a qualificação profissional tornou-se primordial. Muitos líderes
não estão conseguindo acompanhar a velocidade das mudanças. Apesar de existirem
exceções, de maneira geral, os líderes que não possuem a Qualificação
Profissional mínima para as exigências de determinado cargo, ou seja, não
adquiriram os conhecimentos adequados em treinamentos, cursos de curta duração,
cursos técnicos, graduação ou pós-graduação; tendem a bloquear mudanças e
dificultar inovações nos processos. Outros que não entenderam que o processo de
Qualificação Profissional é contínuo, também atrasam o desenvolvimento
organizacional. Regra geral, quanto mais uma organização busca crescimento,
maior será a necessidade de novos conhecimentos.
Compreensão: sobre o funcionamento
da área, a organização, o setor, o produto ou o serviço que se oferta, é algo essencial
para o sucesso da liderança. Um exemplo é que nem todo líder dos marceneiros
precisa efetivamente ser um marceneiro, contudo, precisa ser um profissional
que entenda de marcenaria. Precisa ter domínio sobre os detalhes da produção
mobiliária, das dificuldades e facilidades dos colaboradores para o desempenho
de suas funções, do ramo de fabricação de móveis, do funcionamento da empresa
que participa, tenha ciência sobre a visão para com sua empresa, saiba de suas possibilidades
de crescimento, ameaças e novas exigências de clientes e governos. Tenha,
principalmente, conhecimentos e habilidades para conduzir o grupo que está sob
seu cuidado rumo aos resultados positivos e perenes.
Se apenas um ou dois destes critérios elegíveis para
um bom líder estiverem contemplados por determinado profissional, o melhor
caminho será não promovê-lo neste momento e ajudá-lo a conquistar o que lhe
falta para uma justa promoção no futuro. Mesmo porque, depois de promovido, haverá
apenas três caminhos ao profissional: permanência no cargo por longa data, promoção
para outro cargo ou, em última instância, demissão. Esta última possibilidade é
péssima para aquele que era um bom profissional na sua área e, um considerável
atraso para a organização que necessita manter suas atividades em ordem. Portanto,
é preciso critérios claros para a realização de promoções de novos líderes.
Certamente
existem outros pontos que envolvem o exercício de uma boa liderança, contudo,
atendendo em bom nível estes três critérios, tanto o novo como o líder experiente,
deverão obter sucesso em seus propósitos. Um abraço e até a próxima se Deus
quiser!
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